Faz hoje um ano que partiste, um ano que nos deixaste entregues a nós mesmas, perdidas, confusas, revoltadas, assustadas, reduzidas a repetir ao quotidiano os mesmos passos, a seguir os mesmos caminhos, os mesmos rituais vazios e amargos.
Só uma de entre nós parece ter conseguido reencontrar-se no caminho que era já o seu, bem antes da tempestade. Chegou a perder o norte e a beirar o precipício, mas nesse momento de vertigem a força da sua mente e a lucidez do seu espírito ajudou-a a atravessar a ponte para a outra margem... a da vida sã que ainda celebra a cores a mais pequena meta. Bem-haja porque dela nascerá, ou não, o testemunho da tua existência.
As outras duas, lutam entre si, contra moínhos de vento e fantasmas de velhas dores que não conseguem nem vencer nem esquecer. Rasgam-se com palavras afiadas até ao sangue lhes inundar a alma. Esbugalham-se os olhos para exprimir a raiva das palavras não ditas, os desencontros inaceitáveis, a rejeição de um Amor a que nunca poderão fugir ainda que se matem a tentá-lo.
Pobre delas que não conhecem o silêncio do respeito, na aceitação do outro !
Partiste e os laços que nos uniam partiram também. Não só te perdemos como perdemos o espirito de família que nos unia.
Não preservamos a tua imagem, nem o Amor que nos dedicaste... PERDOA-NOS ! Porque neste nosso inferno vive a chama do nosso Amor por TI.
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