mercredi 7 juin 2023

Ao sabor dos ventos, marés e pequenos prazeres



Olhar o céu nas gotas de orvalho, sentir a vida nos aromas frescos da manhã e mergulhar os pés na areia húmida da praia, enquanto o olhar se perde no vaivém das ondas desse mar, sempre inquieto. É tudo o que quer... sentir-se em paz consigo mesma.

Quanto ao Mundo que a rodeia, tudo o que pede é que a deixem continuar a acreditar que nada realmente acaba apenas se transforma: como as folhas das árvores que depois de caídas, sem vida nem côr, se tornam humus: o alimento sagrado da Terra que nos sustenta. E assim cada ciclo se revela fértil mas também único na sua infinita sucessão!

Demorou tanto tempo a chegar aqui e a simplesmente aceitar-se, tal e qual abraçou a Vida, tal e qual a Vida a fez! Aceitar-se, finalmente, sem embaraço ou vergonha, arrependimento ou culpa. Ser Ela nua e crua, sem medo ou hesitação, sem rodeios nem enfeites e apreciar-se apesar de tudo e todos. Demorou tanto, que ainda sente a dor do caminho já feito.

Daí talvez essa vontade de gritar ao seu redor que a deixem ser Ela mesma. Com tudo o que faz dela um Ser tão imperfeito e tão único, quanto a impressão digital dos seus dedos, o adn do seu corpo, ou a dor infinita da sua alma!

Hoje, já só quer viver o momento, sem nada a ganhar ou perder, apenas viver ao sabor dos ventos, das marés e de pequenos prazeres.

Já pouco lhe importa que não gostem, que não a achem interessante ou mesmo capaz! Hoje é o seu sentir que mais lhe importa é agradar-se o que mais deseja


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