vendredi 15 août 2025

Entre dois mundos...

 



O acordar foi mais calmo, mais pausado, mas também mais determinado. Na sua mente, o esboço dos seus mais profundos desejos e sonhos começava a dar lugar a um outro, marcado mais pelas suas necessidades e pela realidade nua e crua.


Os passos para a sua construção começam a delinear-se de forma nítida e quase colorida. No fundo só tinha que se pôr no topo da lista, como prioridade essencial.


Era chegado o momento de se ouvir, de se estimar, de se cuidar, talvez assim fosse mais fácil ser compreendida e mesmo que assim não fosse o mais importante era sentir-se em acordo consigo mesma.


Tinha apenas que dar tempo ao tempo, o necessário para pôr em marcha o esboço dos seus passos em direção à sua bolha, ao seu conforto, ao seu novo/velho refúgio.


Viver entre dois mundos pareceu-lhe, num primeiro tempo, irrealista, quase utópico, mas com o passar dos dias deu-se conta que não o era, que era possível e até desejável.


De repente o ânimo volta, com ele a esperança de recuperar algum conforto e a manhã torna-se ainda mais bela, despertando velhas e doçes memórias que são agora o seu melhor refúgio.

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