vendredi 18 juillet 2025

Desassossego...





Ainda se sente assustada, e perdidamente triste. A muralha que durante décadas a rodeou e protegeu, desabou em alguns meses deixando-a despida e encolhida no ventre duma Vida que hoje parece querer abortá-la. O seu instinto procura desesperadamente um fim à falta de rumo e sentido em que mergulhou.
Cada dia que passa tenta digerir um pouco mais a solidão que não escolheu e que a Vida lhe impõe. Esforça-se por acreditar que vai acabar por aceitar e até talvez a abraçar...
Salta da euforia às lágrimas num abrir e fechar de olhos e na procura desesperada de equilíbrio agarra-se às tarefas do dia-a-dia como quem espera regressar a um tempo que já passou para de novo poder sentir as pequenas alegrias da Vida. 
Mas o que mais lhe dói é a ausência desse sentimento de pertença que sempre a acompanhou e que fez toda a diferença noutros momentos dificeis. Desse tempo nada parece sobrar... apenas o vazio e o silêncio, como se a sua história pudesse ser para sempre apagada.
Resta-lhe apenas esperar... e desesperar!




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