dimanche 2 novembre 2025

A verdade...





A verdade é que esta solidão não me é completamente imposta, se estou só é porque me isolo e não procuro companhia. Com o tempo abrir-me ao outro, quem quer que ele/ela seja, tornou-se um risco que não me apetece correr.


Ouvir e guardar tornou-se raro, mas obrigatório, pois é bem mais fácil ouvir e de imediato julgar... estamos todos cheios de certezas, de códigos de comportamento, até na ordem do sentir ! Os moldes estão feitos e ou entramos neles ou somos excluídos.


Não tem nada duma seleção natural, mas é assim mesmo, e com a mais aparente naturalidade somos submetidos a uma triagem: os normais e os outros, que somos nós os que não entramos nos moldes cuidadosamente formatados.


E exprimir demasiado o nosso desacordo ou descontentamento pode mesmo transformar-nos num novo tipo de molde... no dos frágeis, desajustados, incapazes, indesejáveis... os leprosos do século XXI !


Não querendo excluir-me ou vestir o papel de vítima, que em tempos tão bem me serviu, tento aceitar a vida como ela vem e acreditar no meu olhar e no meu sentir, únicos e por isso mesmo incontestáveis ! Ninguém se opõe ou me propõe outra visão ou opinião sobre a Vida que hoje levo... e está bem assim. Estou cansada de duvidar e me questionar sobre se faço o que devo ou se poderia fazer melhor. Pouco importa... são as lágrimas ou as gargalhadas, os sonhos ou as dores, que contam para o resultado final !


Decidi por isso, que num futuro bem próximo, a minha primeira escolha serei Eu.


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