Acordei com uma agenda a cumprir, tarefas a não esquecer, sem falar nas que sempre surgem do nada e nos sacodem sem dó. Tudo feito e resolvido, decidi-me a sair por aí sem norte nem sul, ao Deus dará, como diria minha mãe, minha doce e tão sofrida mãe.
Fui descendo, rua após rua, até me encontrar sentada em frente ao lago... as águas límpidas e transparentes, apesar de pequenas bolsas duma espuma branca, no ar gaivotas e bem acima núvens densamente brancas e apetitosas que nem claras batidas com acúcar!
Neste quadro só a minha tristeza destoa, bem mais profunda que o lago, bem mais amarga que o cálice, dessa dor que bebi quando finalmente partiste! Ando por aí a ver se aprendo a viver sem ti e dói, meu Deus como dói!
Paro para beber um café e observo quem passa sem me atardar em ninguém, tento escrever mas a luz impede-me, sentada numa esplanada o local não é o ideal. Continuo o meu caminho, aquele que vou descobrindo passo a passo e volto a parar na sala traseira do café Art's. Aí sim, tenho a luz que preciso e a intimidade que desejo. Envolta em sons de acalmia e beleza os dedos deslizam estimulados e criativos, libertando palavras amarradas ao cais deste meu sofrimento.
Que alívio, sinto-me finalmente mais leve!
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