mercredi 20 août 2025

Velhas, feias e poeirentas memórias...

 




Uma profunda tristeza e um enorme vazio consomem-lhe a alma em noites febris de desassossego.


Os diálogos dos últimos dias foram intensos e marcados por velhas, feias e poeirentas memórias que o tempo e a dor incharam, agravando sem piedade o seu impacto em almas tão doridas quanto as suas.


Sente-se levada por um redemoinho sem fim, numa espiral de eterna mágoa e sofrimento. Debate-se para escapar, mas em vão, a teia das recordações rejeitadas surge agora brilhante, à luz duma consciência, entorpecida pelo choque de um despertar que não quis, para um passado nunca totalmente esquecido !


Seguir em frente parece-lhe a única saída e contudo assemelha-se a uma montanha intransponível, a uma selva intensa e cerrada cujas as raízes nos amarram às portas do próprio inferno.


Quisera voar, mas as penas soltam-se em catadupa numa queda estonteante à margem de um precipício... e eis que o anjo se vê caído... em profunda desgraça !


Perdoar-se e perdoar, é a janela que lhe pode trazer a luz, a porta para o jardim onde se encontram a paz, a harmonia e o sossego a que não foi habituada e que anseia desde que é gente.


Exausta procura força, triste procura alegria, só procura apoio, mas hoje tem apenas a neblina como conforto e a chuva por companhia ! Melhores dias virão... ou não.


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