vendredi 18 septembre 2020

Cidades por onde andei

 







Dei longos passeios por cidades alheias, que o olhar curioso tornou próximas!

Deslumbrar-me a cada esquina com as cores de um edifício, com o rendilhado do seu ferro ou as formas da sua pedra, e olhar atentamente os seus habitantes, atarefados que nem formigas pelo doce pulsar duma cidade, que ora desperta ora se deita, é algo que sempre me fascinou!

Desde logo me dou conta que os nossos caminhos são linhas paralelas, condenadas ao desencontro. Eles seguem, cada um seu caminho, perdidos nos seus pensamentos, partilhando lugares comuns e destinos precisos. 

Resistentes e alheios ao ritmo claramente mais lento dos que vêm para visitar e conhecer, não param sequer um instante, a nossa presença é-lhes estranha mas não indiferente, apenas distante! 

Lembrar-lhes que a sua cidade não tem que ser rasgada a passos rápidos e frios, que pode e até merece, ser lenta e demoradamente calcorreada, tacteada, à exaustão dos sentidos... só lhes pode doer! 

Afinal, é a transparência fugaz da nossa presença, quem invade e celebra a Cidade que é sua! 


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