De cada vez que a olhava o mesmo doce impacto, a mesma alegria mas também aquela dor afiada que parecia querer rasgar-lhe a alma ! A enorme saudade que assim despertara não lhe cabia no peito, inundando-lhe o rosto onde seus olhos agora marejados pareciam querer naufragar! «Que saudade meu Deus!» murmurara entre-dentes ao segurar na mão uma velha foto de seu irmão ainda bébé : «como era imenso e límpido aquele seu olhar de criança feliz e amada!»
Transportada de sopetão e sem aviso via-se reviver aquele momento preciso no estúdio de um fotógrafo onde, acompanhada de sua irmã e seus pais, assistia à azáfama de sua mãe que tudo fazia para sossegar seu irmãozito e o preparar para a foto! E apesar de longínqua ainda lhe parecia ouvir a voz de seu Pai que, num tom quase indignado de velho do restelo, ia dizendo «Não vi ainda nenhum bébé mais lindo que ele! Se não ganhar é porque há falcatrua e o concurso está viciado!» E a verdade é que não ganhou, mas é também verdade que, nesse dia e nesse estúdio, seus olhos não vislubraram rosto mais lindo que o seu!
Que olhar mais vivo!
RépondreSupprimerFica-se encantado ao reviver estas memórias!
mfc,
RépondreSupprimerÉ isso tudo... fica-se encantada(o), ainda que com uma pontinha bem afiada de tristeza!
Laura: recordar é reviver sempre um pouco..com o coração!!!!
RépondreSupprimerabraços bem carinhosos a ti
Lia Noronha,
RépondreSupprimerTens toda a razão, recordar é isso mesmo reviver... e sabe tão bem! Um abraço para ti tb e volta sempre.