lundi 21 octobre 2024

Amère d'impuissance...




 

Dehors il y a le soleil, je le vois depuis la fenêtre, mais je ne le sens pas, pas dans mon esprit ou dans ma tête et encore moins dans mon corps. Je le vois et je le veux, mais il ne m'appartient pas, j'en ai pas le droit, ni à sa chaleur ni même à sa lumière, au fond de moi tout est sombre et froid.

J‎e lève mes mains, en prière, et les larmes coulent sans arrêt... le poids dans ma poitrine rends mon quotidien lourd à supporter, mais malgré tout, je veux continuer à croire qu'on a encore des bons moments à vivre! On me dit que c'est sans espoir et pourtant je veux y croire. 

Les jours s'en suivent, quelques uns trop longs et avec cette sensation lourde d'une fin qui s'approche sans pitié. Le perdre m'est insupportable, mais le voir souffrir chaque jour d'avantage c'est encore pire! Entretemps je me déchire, amère d'impuissance!



jeudi 5 septembre 2024

Hier déjà tu m'as manqué!


 

Sur le chemin de la boulangerie, je nous cherchais dans le couple mûre qui traversait la rue, la main dans la main, insoucieux et souriant. Les quelques cheveux blancs ne les empêchaient pas d'oser le rêve de s'aimer. Leur bonheur, si clairement affiché au visage, m'a soudainement pesé sur l'âme et le soleil, jusque là brillant, s'est affaibli, caché derrière les nuages de notre avenir, dont tu jouais l'absent. Et c'est là que tu m'as manqué...

Pourtant rien n'avait pas vraiment changé: par terre le sol toujours gris, les pierres solides, les mûrs des immeubles muets et les arbres, elles, murmuraient des petits souffles de vent à éteindre bougies! Le temps, lumineux, doux et chaud, Fidel à l'été annoncé, ne laissait rien deviner de notre douleur ni de notre désespoir. La vie continue et chacun fait son chemin.

Le chagrin, ce sentiment qui écrase et déchire, s'est révélé un moment unique en solitude et pourtant tu n'étais pas loin... allongé dans le silence de notre malheur...


lundi 2 septembre 2024

Alegria de Viver...




Após uma adolescência genuinamente impulsiva e fértil: dois companheiros e duas filhotas... num dia qualquer, inodoro e incolor, sacudida pelo olhar dos outros, Laura acordou subitamente - Adulta e Culpada!

Esse despertar, súbito e tardio, levou-a a passar uma boa parte da vida esforçando-se por agradar, na esperança última de, talvez um dia, ver resgatada a sua culpa e porque não, algum reconhecimento e até respeito. De tal forma o fez que se transformou no seu próprio carrasco, esmagando sem hesitar toda a sua autenticidade. A tal ponto que o espelho já não a refletia, apenas o peso dos seus erros e a aparência disforme da sua auto-estima. 

Mas nem por isso deixou de acreditar na Vida e no Amor. E assim surgiu o terceiro companheiro e a mais nova das Princesas. O caminho pela frente continuaria a revelar-se sinuoso, sim, mas também fértil em pequenas vitórias, feitas de obstáculos superados, de alguns objetivos alcançados e sobretudo de momentos felizes!

Entretanto a Terra foi girando, sem dó nem piedade, e a luta por dias melhores foi-se esgotando num horizonte que teima em não se deixar alcançar. O cansaço, esse, fez-se sentir até na alma e a vontade de virar a página esgotou-se nas dores de um corpo que o tempo aprisiona cada dia um pouco mais. Agora já só quer viver o momento presente, sem nada a ganhar ou perder, apenas viver ao sabor dos ventos e pequenos prazeres.

Olhar o céu nas gotas de orvalho, sentir a vida nos aromas frescos da manhã e mergulhar os pés na areia húmida da praia enquanto o olhar se perde no vaivém das ondas e se deixa embalar por esse mar, sempre tão seu de inquieto!

É tudo o que pede. Sentir-se em paz consigo mesma, mas sobretudo que a deixem continuar a acreditar que nada acaba apenas se transforma: como as folhas das árvores que depois de soltas, sem vida nem côr, se tornam humus: o alimento sagrado da Terra que nos sustenta. 

Demorou tanto tempo a chegar aqui e a simplesmente aceitar-se, tal e qual a Vida a fez, tal e qual abraçou a Vida! Aceitar-se finalmente, sem embaraço ou vergonha, arrependimento ou culpa. Ser Ela mesma, sem medo ou hesitação, sem rodeios nem enfeites e apreciar-se apesar de tudo e todos. Demorou tanto, que ainda sente a dor do caminho já feito e por vezes chega mesmo a recear tratar-se apenas duma ilusão.

Em silêncio, porque esgotou toda a coragem que um dia foi sua, não pára de gritar que a deixem ser Ela mesma. Com tudo o que faz dela um Ser tão imperfeito e tão único, quanto a impressão digital dos seus dedos, o adn do seu corpo, ou a dor infinita da sua alma!

O capítulo mais longo e intenso da sua existência parece chegar ao fim com a morte anunciada do seu companheiro, Amor da sua vida, esmagando em poucos minutos todos os seus pequenos sonhos e roubando-lhe, no tempo de um relâmpago a alegria de viver... de repente a linha do horizonte desaparecia por entre um nevoeiro de dúvidas e medos. Não era assim que algum dia imaginara chegar à fase final do seu caminho... ao contrário esta era suposta ser a fase da paz tão desejada, pela qual tanto lutou e finalmente merecida.

Hoje já pouco lhe importa que gostem ou não gostem, que a julguem mal ou até mesmo incapaz! Hoje é o seu sentir que mais lhe importa é agradar-se o que mais deseja. 

Hoje pergunta-se, se algum dia voltará a rir com vontade e a sentir no mais profundo do seu ser a Alegria de Viver(?!)


mercredi 21 août 2024

Agarrada à Vida...




Quando a Vida nos arrepia caminho e nos transporta para as margens dum precipício súbito e imprevisto, tudo pára... menos o tempo que nos deixa atordoados,  sem saber o que fazer e menos ainda o que pensar.
Primeiro é o medo e a vertigem que nos invadem, não queremos nem podemos acreditar! Depois é uma revolta profunda, imensa que nos corta a respiração e até a capacidade de sonhar... não há explicação, nada parece ter lógica. Porquê nós? Porquê agora? Que mal fizemos para um tal desenlace?
Procuramos respostas e mais perguntas encontramos, nada parece acalmar a nossa angústia, a nossa ansiedade por uma nesga de futuro que a Vida tão brutalmente nos parece negar.
O dia-a-dia, feito de gestos repetidamente incontornáveis, torna-se a oração perdida duma alma sem voz, nem força. E contudo o Universo é testemunha do quanto a nossa vontade está irremediavelmente atada e presa a um destino que ninguém viu chegar.
Maldita a hora desse dia de Fevereiro, que me tirou o sossego, a alegria de viver e me rasgou a alma!









dimanche 25 février 2024

O princípio do fim



Foi quando o princípio do fim? 

Naquele dia frio de Outubro? Ou terá sido pouco depois, alguns meses apenas, naquele dia ainda mais frio e cinzento de Fevereiro?! Não sei e pergunto-me se saber mudaria alguma coisa, porque quando o fim se anuncia tudo à volta se esboroa, desbota, perde os contornos, a forma e até o sentido. Todas as janelas e portas se fecham, tudo pára, não há nem passado, nem futuro, apenas um presente sem luz, sem cor, nem esperança! Um presente que não se quer e que dói de tão nu e cru!

 Tirai-me deste limbo, frio e vazio, que me rasga os sonhos e entorpece a alma...

mardi 9 janvier 2024

Inverno



Um dia este vazio vai-se e uma maré cheia... de esperança e desejos oprimidos, vai alagar as terras magras e secas dos meus sonhos mais tímidos...
Uma vez saciadas, tornar-se-ão férteis e é então que as vous semear de letras, letrinhas e alguns sinais, que a seu tempo irão florir em canteiros, ricos de belas e intermináveis histórias!
Serei a jardineira das minhas palavras... que de tantas vezes borrifadas, cortadas e recortadas escaparão ao fio da navalha do Inverno para celebrarem ilesas a magia de todos os contos!

Enquanto lá fora um manto de neve cobre o cinzento, velho e triste, das pedras da minha rua...



mardi 19 décembre 2023

Emaranhado de sentimentos...




É tão frustrante o sentir em que que mergulho cada vez que me esforço por me traduzir em palavras. Como se o meu íntimo fosse um enorme vazio, um imenso areal, estéril, sem horizonte, nem margens. Nada me prende mas também nada me solta. Vagueio, sem sentido ou propósito.

Presa no infinito das minhas dúvidas, quanto mais esperneio mais me sinto enredada pelo fio amargo desta realidade crua que me rodeia e apaga!

Cada dia que passa, tropeço em imagens que me atiram à cara, sem dó nem piedade, pedaços de vidas ensanguentadas, esmagadas, perdidas, que me deixam sem voz, sem lágrimas, sem força, sem ânimo sequer para sonhar! Partilho-as como quem espera acordar sensibilidades alheias... quando alheios estamos todos, cada vez mais. Anestesiados pelo show quotidiano duma vulgaridade sem limites, tornada norma e normativa nesta velha Europa caduca e agonizante!